Você não está no agora (e isso te custa caro)
O agora é tudo o que existe. Mas a sua mente discorda.
Ontem eu estava lendo O Poder do Agora, do Eckhart Tolle. (estava terminando esse artigo também)
E precisei parar algumas vezes pra respirar.
Não porque o livro é difícil, na real ele é direto.
Mas porque ele mostra, sem dó, o quanto a gente vive longe de si mesmo.
O quanto a mente da gente cria um mundo onde tudo parece urgente, incompleto, pesado, mesmo quando não tem nada acontecendo de verdade.
Foi aí que me deu vontade de escrever sobre isso.
Porque tem coisa que não dá pra guardar só pra si.
E se você sente que vive cansado, ansioso, desconectado… talvez esse seja o texto mais importante que você vai ler hoje.
O tempo psicológico: um ladrão silencioso
Tolle chama isso de tempo psicológico, o estado mental em que você vive no passado ou no futuro, mas nunca no presente.
Você acorda e, antes mesmo de levantar da cama, sua mente já tá te puxando pra tudo o que ainda falta fazer.
Ou pro que devia ter sido diferente ontem.
Ou pro que vai dar errado amanhã.
E aí você nem começou o dia, mas já tá esgotado.
• Você não come — você engole, pensando no que vem depois.
• Você não ouve — você espera sua vez de falar.
• Você não sente — você julga, compara, analisa, sem parar.
A vida acontece aqui. Mas você tá... ali.
Longe.
A mente adora o que é contínuo. O agora não é.
O agora não é previsível. Não tem rótulo.
Ele muda de forma a cada segundo. E a mente detesta isso.
Ela quer controle. Estrutura. Explicação. Narrativa.
Por isso, ela se agarra ao passado (que já conhece) ou ao futuro (que pode inventar).
Ficar no presente exige coragem.
Exige abrir mão da ilusão de controle.
E isso é um desafio.
Mas também é libertador.
Porque enquanto você vive tentando resolver o que ainda não aconteceu… a sua vida real tá sendo deixada no modo silencioso.
“Não é o que você vive. É como você vive o que vive.”
Essa é uma das frases que mais me pegou no livro.
Tolle mostra que não é a circunstância que define sua experiência, é a presença que você leva pra ela.
Você pode estar em um lugar incrível e se sentir vazio.
Pode estar com quem ama e não conseguir se conectar.
Pode estar “fazendo tudo certo” e mesmo assim se sentir... perdido.
Por quê?
Porque você não tá inteiro.
Você tá lá fisicamente, mas mentalmente... tá em outro lugar.
E a presença é isso: estar onde o corpo tá.
Não pra romantizar, mas pra habitar de verdade a sua própria vida.
A dor que você sente não vem da situação — vem da resistência
Essa parte do livro me fez parar por uns minutos.
Porque a gente costuma achar que sofre porque algo “ruim” aconteceu.
Mas, muitas vezes, o sofrimento vem da briga interna com o que já é.
Você quer que a pessoa mude.
Quer que a vida volte ao que era.
Quer que o futuro chegue logo — ou que demore.
Mas não aceita o que está agora.
E quando você não aceita, você sofre.
Não é a situação que te destrói. É a luta constante com ela.
“Neste momento, existe algum problema real? Ou é só sua mente criando um?”
Essa pergunta, do Tolle, deveria ser anotada na testa.
Porque em 90% dos casos, não há problema nenhum.
Só projeção. Resistência. Rejeição ao presente.
Três respostas possíveis ao agora
Um dos ensinamentos mais práticos do livro é esse:
Diante de qualquer situação, só existem três escolhas verdadeiras:
Aceitar. Se você não pode mudar agora, aceite profundamente.
Mudar. Se dá pra agir, aja. Sem drama. Sem resistência.
Sair. Se não dá pra mudar nem aceitar, vá embora. Faça o movimento que precisa ser feito.
Tudo que não for isso… é fuga.
É se esconder atrás da culpa, da reclamação, da raiva.
Você continua dizendo “a vida é difícil” mas, na verdade, só está evitando agir, aceitar ou sair.
Simples? Não.
Mas muito mais leve do que a prisão do meio-termo.
Desidentificação com os pensamentos: você não é o que pensa
Essa talvez seja a ideia mais libertadora do livro:
Você não é sua mente.
Sua mente pensa. Mas você não precisa acreditar em tudo o que ela diz.
Você pode observar. Testemunhar.
Criar um espaço entre “ter um pensamento” e “agir com base nele”.
• Não é “eu sou ansioso” — é “há ansiedade sendo percebida”.
• Não é “eu sou fraco” — é “esse pensamento está surgindo agora”.
• Não é “eu sou um fracasso” — é “minha mente está reativando essa velha história”.
Você é a consciência que percebe.
E essa consciência só pode existir aqui e agora.
“Observe o pensador.”
Tolle repete isso várias vezes no livro.
E agora eu entendo por quê.
Observar o pensador é o começo da liberdade.
É quando você para de viver como escravo dos próprios pensamentos.
• Você percebe que o pensamento veio.
• Mas não embarca nele.
• Não reage imediatamente.
• Não se define por ele.
Você apenas nota.
E no simples ato de notar... você já começa a se libertar.
Silêncio não é ausência de som. É presença sem ruído interno.
O silêncio interior não precisa de um quarto isolado.
Ele acontece quando você está presente.
Na fila do mercado.
Num banho sem pressa.
Ouvindo a respiração por alguns minutos.
Tomando café com atenção.
São nesses momentos que a mente se aquieta.
E é ali que você sente, de verdade, que está vivo.
Não como quem sobrevive.
Mas como quem retorna pra si.
A dor emocional acumulada: o corpo de dor
Tolle fala sobre o corpo de dor, essa energia acumulada de emoções antigas não processadas.
Sabe quando você reage de forma exagerada a uma situação pequena?
Ou quando uma crítica te destrói por dentro, mesmo sendo leve?
Ou quando você sente raiva demais e nem sabe de onde veio?
É o corpo de dor ativado.
Ele não é “você”.
Ele é a parte que ainda precisa ser vista, aceita e liberada.
E isso só acontece no agora.
Não dá pra curar o que você não consegue sentir.
E não dá pra sentir o que você insiste em evitar.
Você só tem um trabalho: estar presente
O livro inteiro pode ser resumido nisso.
Você pode mudar de emprego, de cidade, de rotina.
Pode ler mil livros, fazer mil cursos, começar mil projetos.
Mas se você continuar ausente... nada vai mudar de verdade.
Porque a fuga muda de formato — mas continua sendo fuga.
Estar presente não é um fim.
É o começo.
É o primeiro passo pra clareza, leveza, transformação.
E paz.
Se esse texto te deu uma pausa…
Se você sentiu um pouco de alívio só de reconhecer o que sente. Então talvez você esteja pronto pra dar o próximo passo: O Manual da Mente.
não é mais um livro de frases motivacionais.
É um guia direto pra entender os seus ciclos, parar de se perder no automático e retomar o controle emocional, com clareza e verdade.
Se você sente que:
• Vive cansado e distraído demais
• Repete os mesmos padrões sem perceber
• Fica preso entre culpa, medo e cobrança
• Quer parar de apenas sobreviver
Então esse livro é pra você.
💥 E em comemoração aos 4 mil seguidores aqui no Substack (muito obrigado a todos), o livro está com 50% de desconto até o dia 20. É o melhor momento pra acessar.
Não é sobre controlar tudo. É sobre voltar pro único lugar onde a sua vida acontece de verdade: o agora.♟️
que texto incrível!! ele sintetizou muito do que venho refletindo e observando há meses: o quanto que minha mente não está presente nas minhas tarefas do dia a dia, ou até mesmo quando saio e estou com pessoas que eu amo. e como é angustiante viver assim! acredito que boa parte da minha geração sofre disso também. enfim, é algo que eu preciso, realmente, mudar em mim. viver o agora intensamente, de corpo, alma e espírito (ou mente, como preferir).
muito obrigada por esse artigo, me fez refletir demais!
Que baita reflexão!!